Autor: José Arimatéia
Está na hora dos idealizadores e formatadores dos estudos “Pensando o Futuro de Mato Grosso”, transformado em livro, recebendo inclusive o prêmio “Sávio Brandão”, reavivarem as idéias, os planos, visões e sugestões ali contidas, que se não são totalmente as ideais, mas servem sobremaneira de norte para os governantes.
Já são oito anos passados e os dois gestores desse período parecem que se lixam para o excelente conteúdo do estudo em referencia. Trabalho com marca de qualidade, dada a competência das lideranças, técnicos, professores universitários, que dele fizeram parte, juntos com representantes da sociedade.
Acredito eu, que o atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva, que a época já comandava o Poder Legislativo Estadual, pode com independência reunir novamente o grupo, fortalecê-lo e cobrar do governo e dos administradores municipais que encampem ações importantes sugeridas e apresentadas no grande trabalho realizado.
O objetivo maior dos seus idealizadores, salvo melhor interpretação do texto é, projetar Mato Grosso economicamente e socialmente até 2030, visando sempre dar qualidade de vida as camadas sociais mais necessitadas. Incluso aí, saneamento e infra estrutura, moradia, trabalho com salário justo, educação, saúde, segurança e a afirmação do eco-turismo como um dos sustentáculos da economia. Agregação de qualidade e valores a nossa produção agrícola e outras matérias primas com ganhos nas exportações.
No entanto o que assistimos até agora foram oito anos de uma propaganda paga e executada com competência para “florear” governos cheios de “espinhos” para espetar o povo.
Não estou exagerando não! Basta a sociedade sair da inércia, observar e querer enxergar.
A saúde é um verdadeiro “CAOS”, tendo como companhia a educação e a segurança. A violência atinge níveis, que de há muito, já ultrapassam o sinal vermelho.
Os Pronto Socorros, Policlínicas e hospitais públicos, estão apodrecidos e abandonados. Crianças e idosos morrem nas filas a espera de atendimento. A vida das pessoas são submetidas a um certo tipo de sorteio para ver quem vai demorar mais tempo para morrer. Os médicos e enfermeiros se negam a trabalhar nestas circunstancias.
As estradas e rodovias massacram os usuários com buracos (crateras), atoleiros e falta de sinalização. Mesmo assim a população emprenhada pela propaganda oficial aclamou o ex-governador como o homem das estradas. Fruto de seus passeios feitos, aos quais denominou de “Estradeiro I e II”.
O povo não atentou para o que vinha a seguir, o escândalo da compra dos maquinários e caminhões para o programa “Mato Grosso 100% Equipado”, que segundo denúncias só o superfaturamento lesou os cofres do estado em 44,4 milhões de reais. Blairo pede agora que a justiça tire seu nome do processo. Alega que não participou do processo licitatório. Oras bolas! Quem era o governador? Vem à tona agora a duplicação de 17 km da rodovia Emanuel Pinheiro. Com apenas seis meses de uso já é uma buraqueira só. Dizem que a camada asfáltica não chega a 2 cm. Será que foi mais uma facada no bolso do contribuinte?
O eco-turismo sobrevive da tenacidade e investimentos de empresários. Este setor tem tudo para ser verdadeiramente um viés forte da economia estadual. A natureza dá a Mato Grosso tudo que se deseja para ampliação, desenvolvimento e divulgação da rica e bela natureza que possuímos.
Por parte do governo o que se vê são “projetinhos” tímidos e nada de mais ambicioso que dê um choque de crescimento nessa atividade.
É verdade que a equipe que elaborou “Pensando o Futuro de Mato Grosso” não sabia seguramente que o estado receberia uma das sub-sedes da Copa do Mundo de 2014. O projeto visa algo mais além, ou seja, até 2030.
Mas com relação a Copa, uma pergunta me dá insônia todas as noites. Porquê a demolição do “Verdão”? Qual a explicação plausível? Porquê destruir, sem necessidade um patrimônio do povo Matogrossense? Vaidade dos donos do Poder? Incompetência dos técnicos e engenheiros da já famigerada AGECOPA? Mais uma fonte para desviar o erário público?
Qualquer engenheiro, urbanista, honesto e bem intencionado sabe que existem diversas áreas em Cuiabá para construir o novo estádio, atendendo a FIFA e a CBF, com muito menos custos e transtornos que serão causados a cidade e seus habitantes. Lamento pelo povo cuiabano, que não teve voz e nem vez neste processo, apenas cruzaram os braços.
Daí governador Silval Barbosa, está na hora do governo do PMDB desatrelar das “estórias” de seu antecessor. Criar personalidade própria e governar. Está na hora governador, do governo parar de cuidar de picuinhas políticas e de acudir interesses pessoais escusos, e governar.
A Copa está aí. Estamos vivendo o presente e o futuro bate a porta. Chega de invencionices megalomaníacas, isto é coisa da “turma da botina”. Isto é passado, é arquivo morto. Desatrele-se e governe o estado. O povo merece respeito. Do seu governo, por todas circunstâncias do momento, deverá surgir a certeza ou não, de que 2030 atingiremos o que almejamos em crescimento econômico e bem estar social para todos.
José Arimatéia – é ex-deputado estadual
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