Eles conseguiam autorização para derrubar árvores apresentando dados falsos aos órgãos ambientais.
A Polícia de Mato Grosso prendeu, nesta quinta-feira (10), 15 pessoas, suspeitas de conseguir autorização para derrubar árvores apresentando dados falsos aos órgãos ambientais. É como se eles tivessem criado florestas-fantasma, que só existem no papel.
Rodrigo Lara Moreira tinha autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso para derrubar centenas de árvores, em uma fazenda em União do Sul, norte de Mato Grosso. Mas os fiscais do Ibama estiveram na área e não encontraram a floresta que aparece no projeto de manejo.
Mesmo assim, a fazenda emitiu guias florestais e negociou madeira com outras empresas. Foram R$ 2 milhões, o equivalente a mil caminhões de toras.
De acordo com as investigações, os caminhões nunca saíram da fazenda e o que houve, na verdade, foi o comércio de documentos.
“Essas notas emitidas, provavelmente, esquentaram madeira extraída de ouras áreas. Extraídas ilegalmente”, afirmou o fiscal do Ibama Evandro Selva.
Rodrigo Lara ainda teria tentado subornar os agentes do Ibama para conseguir a suspensão do embargo na área de exploração madeireira: "Vamos fazer esse trem uns duzentos contos. Eu vou ver se levanto uns R$ 50 mil para vocês. E ai liberou, eu já quito com vocês. Vou fazer o corre pra levantar isso aí".
Todas as provas obtidas pela fiscalização e a gravação da tentativa de suborno foram entregues à Polícia Civil.
Nesta quinta-feira (11), os investigadores foram aos principais endereços da quadrilha em cinco cidades de Mato Grosso. Em Várzea Grande, foi preso o engenheiro acusado de fazer o projeto fraudado. Em Sinop, o analista ambiental da Secretaria de Meio Ambiente Jakson Monteiro de Medeiros. Segundo a polícia, ele vistoriou a área das árvores fantasmas e não encontrou nenhuma irregularidade.
"É como se o órgão ambiental estivesse emitindo dinheiro, dando dinheiro a essas pessoas”, explicou o delegado Luiz Henrique de Oliveira.
“Ilícitos existem em todas as áreas onde o serviço público é prestado. A nossa obrigação é identificar esses ilícitos e levar então às barras da Justiça as pessoas envolvidas", declarou Alexander Maia, da Secretaria de Meio Ambiente do MT.
O madeireiro Rodrigo Lara Moreira está foragido.
Fonte: AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
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