segunda-feira, 21 de março de 2011

José Riva: “Não esperem que CPI acabará em pizza”

JOSÉ Riva, presidente da Assembléia Legislativa: rigor


“Vamos investigar todas as denúncias de irregularidades, inclusive de que há licença sendo expedida com documentos falsos”

Dois fatos: primeiro, José Riva, do PP, um dos políticos de maior longevidade eleitoral em Mato Grosso, começa a contar os dias para encerrar a carreira política; segundo, a Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar supostos privilégios oferecidos pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema) na concessão de licenças ambientais para empresas instalarem Pequenas Centrais Elétricas no Estado, ao arrepio do órgão fiscalizador, no caso, o próprio Poder Legislativo, vai ser diferente. “Não esperem que a CPI das PCH´s acabe em pizza” – avisou o presidente da Assembléia Legislativa.

Riva está há 26 anos na política. Desde que se elegeu  prefeito de Juara. De lá, chegou a Assembléia Legislativa e dois anos depois já ocupava posição de destaque na direção da Mesa Diretora – e assim vem sendo desde então, entre os cargos de presidente e 1º secretário. Já são cinco mandatos.  Mas, a vontade pessoal começa a pesar. “Procuro ser útil para o meu estado. E minha vontade pessoal é a de voltar a atuar na iniciativa privada. Pois, sempre tive relativo sucesso nos meus empreendimentos. Também tenho minha família para cuidar” – diz.

Voltar para casa é uma opção que Riva não havia até aqui mencionado. Há anos ele vem dizendo que pretende deixar de disputar eleição para deputado estadual. Já ganhou muitas, sempre como um dos mais votados. Sonhou em ser senador da República e não descartou a possibilidade de acabar sendo deputado federal. Mas, os projetos acabaram sendo sempre arquivados e Riva seguiu no Legisaltivo de Mato Grosso. Agora, diz que deixar a vida pública já é uma opção viável.

Mas até a decisão final ainda tem um chãopela frente. O curso dos desejos pode até mudar. Agora, Riva está empenhado com a CPI das PCHs. Na verdade, em tentar desmanchar a imagem retórica de que esse tipo de comissão nunca dá em nada. O parlamentar promete rigor: “Vamos investigar todas as denúncias de irregularidades, inclusive de que há licença sendo expedida com documentos falsos”. Aliás, documentos falsos é só uma das muitas questões que já envolve as PCHs e a Sema. Esta semana, ao pedir aos deputados que se dediquem ao trabalho da CPI, Riva denunciou a retirada de documentos de dentro da Sema, que, supostamente, poderiam comprometer gestores e benefícios das facilidades.

Ao ressaltar a relevância da instalação de CPI´s, Riva criticou a da Sema, que exigiu um trabalho árduo e resultou em 85 recomendações que não foram acatadas na íntegra pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente. “Vamos contratar uma empresa especializada para acompanhar o trabalho da nova CPI e pedir a presença do Ministério Público Estadual”, afirmou.

Mesmo não participando da CPI como membro, Riva deixou claro que acompanhará todas as ações desenvolvidas para checar as inúmeras denúncias que chegam à Assembléia Legislativa. 

Há muito interesse em jogo na questão das PCHs. Riva admite que a questão é complexa e que existe muita pressão. Começou pela própria implantação da CPI: muitos deputados foram assediados por empresários e até por altos funcionários da Sema a não assinar o requerimento – e os que assinaram, receberam pedidos para que retirassem suas assinaturas. Riva garantiu, porém, que o governador Silval Barbosa se manteve neutro na questão.

Entre os alvos da CPI estão empresas como a Maggi Energia, do ex-governador e atual senador Blairo Maggi, e o exercício de suposto tráfico de influência na Sema do empresário Eraí Maggi, primo do ex-governador. Mas esse não chega a ser um grande problema. O maior de todos, além de falsificação de documentos, estaria o uso de “laranjas” para abocanhar o negócio da exploração energética.

Em verdade, o negócio das PCHs é fabuloso. Basta ver alguns números. As autorizações concedidas pelo Governo, sem passar pelo Legislativo, conforme manda a Constituição Estadual, para implantação das usinas de pequeno porte cresceu mais de 1000% em oito anos. Pulou de duas, uma em Juscimeira e outra em Sapezal,  para 154 espalhadas em várias bacias hidrográficas. Detalhe: o grupo empresarial de  Maggi conseguiu autorização para implantar oito novas centrais.

Para certificar-se de que a CPI não acabará em pizza, Riva  anunciou que o Ministério Público Estadual e o Ministério Público  Federal, a  Ordem dos Advogados do Brasil, Defensoria Pública, ONG´s (Organizações Não-Governamentais) e a sociedade civil organizada serão convidados para acompanhar os trabalhos. De acordo com ele, a meta é que não haja necessidade de ampliação do prazo e que os trabalhos sejam concluídos dentro do prazo inicial que é de 180 dias.

Comentários:

Ronan Jackson Costa

Essa CPI é apenas uma moeda de troca...Me dê um cargo no executivo e tudo se ajeitará...Quem viver verá!!

 

Paulo Roberto Ferreira

A SEMA foi e continua sendo um antro de falcatruas e iligalidades! Haja visto o secretario anterior preso e respondendo inquerito! Infelizmente O Dep.tem razão! Qdo isso vai mudar, meio ambiente é coisa seria! Não deve ser manipulado por hipocritas e ladrões, ve se da um jeito governador, senão vai sobrar para o Sr.!

 

BETH MACHADO

Mais uma vez,Dep. RIVA se posiciona por MATO GROSSO. Parabéns Deputado. Acredito q não acabará em Pizza.

 

deolho

por favor investigue a SGF, lá tem previlegios para alguns.

 

EDSON O. OLIVEIRA

Sei, hanrãn , que mais ? por um minuto eu achei que estavam falando sério.

24 Horas News - Edilson Almeida

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