Hebert Almeida - 24 Horas News
A sexta-feira retrasada, dia 22, vai ficar marcada na história de Mato Grosso. Na mais agressiva ação promovida pelo performático juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, até agora, a Polícia Federal foi a casa de Janete Riva, vasculhou cada centímetro e a levou sob custódia, em cumprimento ao mandado de prisão preventiva decretado pelo magistrado. Vieram daí uma sucessão de efeitos políticos, dos ataques de Pedro Henry a composição do Judiciário, ao afastamento de José Pedro Taques de Mauro Mendes, com incursões também sobre o Palácio Paiaguás.
A operação promoveu estragos consideráveis, que poderão refletir diretamente no processo eleitoral próximo. Já no primeiro dia útil após a Polícia Federal fazer o “arrasa quarteirão”, por exemplo, o Partido Progressista, aproveitando uma reunião programada, mudou o curso dos acontecimentos. Quase nunca visto duas vezes numa cena política, o deputado federal Pedro Henry partiu para o ataque e começou a armar uma frente política contra Julier e contra o procurador Mário Lúcio Avelar, acusados de estarem a serviço de José Pedro Taques, ex-procurador da República que se aventura nos caminhos eleitorais.
Obviamente, vieram respostas. Taques e Henry monopolizaram as entrevistas em emissoras de rádios. As escaramuças resultaram num bate-boca desenfreado, com troca de acusações de lado a lado. Henry chegou a chamar o juiz Julier de integrar uma quadrilha. Já Taques fez sugestões de envolvimento de Henry com o tráfico de drogas na fronteira com a Bolívia. Se não o fez abertamente, deixou a entender.
Taques também é pivô de um outro elemento envolvendo político resultante da operação: se afastou se Mauro Mendes, do PSB, com quem vinha compartilhando andanças em busca de reconhecimento eleitoral. Mendes considerou a operação exagerada e foi encaminhar sua solidariedade a algumas das “vítimas de Julier”, atitude considerada incompatível pelo pedetista, que passa noites e mais noites “esmirilando” a língua para atacar os políticos pautados por ele como desonestos.
Dessa briga entre PP, Henry, Taques e Mauro, melhor para Silval Barbosa, do PMDB. Candidato a reeleição, o governador conseguiu escapar diretamente do “show Judiciário”, apesar do envolvimento e prisão de um de seus coladores direto, o chefe de gabinete Silvio Cézar Corrêa. Silval agiu rápido e afastou o auxiliar. Do lado bom da história, conseguiu atrair um pouco mais o PP de Riva e Henry para seu lado. Entre os analistas, não há dúvidas de que a escolha do PP será fundamental na consolidação eleitoral do candidato que obter seu apoio.
Sem ligação direta com a operação, a semana ainda trouxe um outro fator preocupante: a exposição de casos envolvendo membros da Justiça Eleitoral. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral , Evandro Stábile, foi acusado de negociar sentença para beneficiar políticos. O caso rumoroso acabou com a sugestão de afastamento de todos os juízes e desembargadores do TRE. A decisão sairá na terça-feira.
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