domingo, 30 de maio de 2010

Intermediador de pistoleiros assume que foram contratados para matar por Mega

CLÁUDIO MORAES

Intermediador na contratação de pistoleiros, José Gonçalves de Moraes, o "Zé Gordo", confessou na tarde de hoje em depoimento que o superintendente afastado da Fiemt (Federação das Indústrias de Mato Grosso), Francisco Serafim de Barros, contratou o grupo para assassinar o filho, o Fábio Cézar de Barros Leão, de 40 anos. As declarações foram dadas ao delegado do Garras da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Ivan Barreira.

Serafim e ouro filho dele, Fabiano Leão, juntamente com os pistoleiros, estão presos em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. "O Zé Gordo nos disse que o Serafim lhe disse que este cabra está me dando muito trabalho. Preciso tirar ele do meu caminho", revelou o delegado em entrevista a TV Centro América (Rede Globo).

Outros supostos pistoleiros contratados pelo pai para matar o filho por causa de um prêmio da Megasena apresentaram versão diferente de "Zé Gordo". Presos com armas e fotos de Fábio, eles afirmaram que iriam a Campo Grande verificar se o pecuarista de encontrava na cidade.

Os advogados de Serafim e do filho Fabiano entraram com pedido de habeas corpus. O Ministério Público emitiu parecer contrário ao pedido e agora a decisão cabe ao juiz plantonista.

O caso - O plano de assassinato em investigação foi descoberto após a prisão, há cerca de um mês, de Ademar Oliveira da Silva, 46, e Maxuel Silva dos Santos, 18, por porte ilegal de arma, em Bandeirantes. Apesar da suspeita de envolvimento em crime de pistolagem, a dupla foi solta por falta de provas, mas continuou sendo investigada.

Ontem base em investigações do GCCO (Grupo de Combate ao Crime Organizado), de Cuiabá (MT) e do Garras, os dois foram novamente presos e acabaram delatando outros dois homens que também teriam participação no crime encomendado. Os outros dois bandidos foram detidos em Rio Verde (GO) e trazidos para o Garras ontem.

Embora no depoimento os quatro tenham negado o plano, a investigação indica que eles iriam assassinar Fábio Leão de Barros e que teriam sido contratado pelo pai e pelo irmão para executar o pecuarista em razão da disputa pelo dinheiro e pelos bens advindos de um prêmio da Mega_Sena que Fábio ganhou em 2006.

Prêmio - Em 2006, Fábio ganhou um prêmio de R$ 29 milhões na loteria. À época, ele colocou o dinheiro no banco em nome do pai, que teria se recusado a devolver a quantia. Indignado com as cobranças do filho, o superintendente teria acertado a contratação dos criminosos para matá-lo.

Serafim e o filho Fabiano, presos ontem, já tinham sido ouvidos na semana passada e negaram que tivessem planejando a morte de Fábio. Eles alegam que houve uma armação para incriminá-los.

Fábio Cézar está sendo processado pelo assassinato de Mário Gregório de Almeida, 32, e por tentativa de homicídio contra Rodrigo Jesus de Oliveira, 18, durante um bingo beneficente em um bar em Mato Grosso. Os crimes ocorreram em 27 de março de 2005.

Fonte: O Documento

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