Geraldo Magela/Agência Senado
Senador Marconi: “Me comprometo a ficar longe da discussão”
O senador Marconi Perillo (PSDB) garantiu ontem que impetrará ação na Justiça contra o prefeito Iris Rezende (PMDB). O tucano quer que Iris apresente provas das acusações que lhe imputou por meio de nota à imprensa na terça-feira (2). “Informo, preliminarmente, que impetrarei ainda nesta semana ações na Justiça para que Iris apresente provas das acusações que fez ou então que seja punido pelos abusos e injúrias que atira a torto e a direito”, disse Marconi, também por meio de nota.
As trocas de agressões entre Marconi e Iris tiveram início no domingo, quando o prefeito, durante solenidade na Associação dos Magistrados de Goiás (Asmego), teceu críticas ao senador. Na segunda-feira, Marconi rebateu as declarações, por meio de nota. Um dia depois foi a vez do peemedebista reivindicar a tréplica, com nota à imprensa. Ontem, Marconi prometeu encerrar o assunto.
“E me comprometo mais uma vez a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ficar longe dessa discussão – que não é produtiva e pouco acrescenta para o povo de Goiás”, afirmou na nota.
O senador também aproveitou o texto para agradecer as manifestações de apoio que recebeu e voltou a carga contra Iris, comentando até mesmo da vitória sobre o prefeito em 1998, quando ganhou o governo do Estado. “Ao desrespeitar seus adversários, Iris demonstra que a sua carreira política não lhe trouxe nenhum amadurecimento. Esquece-se, também, da lição histórica que recebeu nas urnas do povo de Goiás. Se tivesse humildade, saberia que os goianos há muito não aceitam mais o caciquismo e o autoritarismo de governantes que têm a soberba de se julgar enviados de Deus e acham que não devem satisfações a ninguém.”
Marconi ainda falou sobre a expectativa das eleições deste ano, quando deve voltar a enfrentar Iris nas urnas. “Convido Iris a participar desse debate (ideias e propostas para o crescimento de Goiás) e a deixar de lado as picuinhas, o desejo de vingança, a arrogância e os interesses pessoais. Vamos discutir alternativas para beneficiar a população goiana e consolidar Goiás como um Estado que cresce com equilíbrio e distribui igualitariamente os frutos da sua evolução.”
Nota de Marconi Perillo sobre as agressões de Iris Rezende
Agradeço de coração as manifestações de carinho e apoio que recebi pessoalmente, por telefone, e-mail e pelo Twitter, diante das agressões que o prefeito Iris Rezende vem repetindo com frequência à minha pessoa.
Informo, preliminarmente, que impetrarei ainda nesta semana ações na Justiça para que Iris apresente provas das acusações que fez ou então que seja punido pelos abusos e injúrias que atira a torto e a direito.
Ao desrespeitar seus adversários, Iris demonstra que a sua carreira política não lhe trouxe nenhum amadurecimento. Esquece-se, também, da lição histórica que recebeu nas urnas do povo de Goiás. Se tivesse humildade, saberia que os goianos há muito não aceitam mais o caciquismo e o autoritarismo de governantes que têm a soberba de se julgar enviados de Deus e acham que não devem satisfações a ninguém.
Há poucos dias, Iris teve a deselegância e a imprudência de se aproveitar da cerimônia de posse da nova diretoria da Associação dos Magistrados de Goiás para lançar insultos e impropérios que só servem ao condenável jogo rasteiro da política e são inaceitáveis em qualquer ocasião, especialmente em um evento solene da magistratura goiana. Se tivesse humildade, insisto, deveria pedir desculpas pelo constrangimento que causou.
Reafirmo que tenho compromisso de trabalho e conduta ética com o povo de Goiás, entre os quais destaco dois pontos: primeiro, lutar incansavelmente em defesa dos interesses dos goianos; segundo, manter um comportamento de alto nível, sem apelo a baixarias, procurando olhar para o futuro e debater ideias e propostas para o desenvolvimento social e crescimento econômico do nosso Estado e do nosso País.
Convido Iris a participar desse debate e a deixar de lado as picuinhas, o desejo de vingança, a arrogância e os interesses pessoais. Vamos discutir alternativas para beneficiar a população goiana e consolidar Goiás como um Estado que cresce com equilíbrio e distribui igualitariamente os frutos da sua evolução.
Lamento profundamente – e peço desculpas antecipadas aos goianos – ser obrigado a fazer algumas colocações para rebater os ataques raivosos de Iris à minha honra.
Na sua nota, Iris não responde a nenhuma das indagações que formulei, todas elas embasadas em farta documentação e em fatos históricos amplamente conhecidos. Não esclarece por que os seus Governos – os Governos do PMDB – puseram fora duas usinas e, com elas, o patrimônio elétrico de Goiás; não esclarece como os seus Governos levaram o BEG e o Banco de Desenvolvimento à bancarrota; nada fala sobre o fechamento do HGG, agora seguido pelo fechamento da Maternidade que leva o nome da sua esposa; não fala sobre a extinção dos projetos Rio Formoso e Alto Paraíso; nada diz sobre a perseguição brutal ao funcionalismo público; e ainda silencia, mais uma vez, sobre os escândalos que mancharam a imagem de Goiás perante o Brasil, dentre eles os casos Astrográfica, Caixego e Secom, em que milhões de reais em dinheiro público foram desviados para campanhas eleitorais – tudo amplamente apurado e denunciado não pelos adversários políticos de Iris, mas pelo Ministério Público Estadual, pelo Ministério Público Federal e a própria Justiça.
Iris não explica também os escândalos de agora. Diz que não responde a processos pela prática de crime. Ora, responde, sim, e a vários. O último, ajuizado neste início de ano, arrola Iris pela prática de improbidade administrativa, devido ao caso dos parquímetros de Goiânia, objeto de matérias na grande imprensa nacional, em especial na revista Veja, que apontou o envolvimento de figuras marcadas pela corrupção em nosso País com a Prefeitura de Goiânia. Ontem mesmo a Justiça suspendeu a licitação dos parquímetros, eivada de irregularidades que comprometem a elevada soma de recursos públicos envolvida.
Iris não se defende, mas ataca e agride. Diz, de modo hilário, que o Dergo e a Emater “quebraram” no meu Governo. Isso é risível, porque todos sabem que ambos os órgãos foram substituídos por estruturas administrativas mais modernas e enxutas, a Agetop e a Agência Rural. Quebrar é bem diferente, como se verifica quando se vê o fim das instituições financeiras do Governo de Goiás nos Governos de Iris.
Iris acha também que “quebrei” o Estado. Ao assumir, em 1999, recebi de herança a maior dívida proporcional dentre todos os Estados brasileiros, contraídas pelos governos de Iris e Maguito Vilela. Na minha gestão, paguei mais de R$ 5 bilhões dessa dívida e praticamente não fiz novos empréstimos. Recebi, ainda, o governo em situação de sucata, com dois meses de salários e décimo terceiro atrasados e, ao final de sete anos e três meses de mandato, entreguei com o pagamento em dia, dentro do mês trabalhado, além de efetivar a mais ousada política de valorização do funcionalismo dentre todos os Estados brasileiros.
Tenho certeza de que todos os goianos conhecem e sabem como comparar os tempos modernos com a época antiga. Que entendem porque Iris critica uma obra como o Centro Cultural Oscar Niemeyer. Que compreendem porque o prefeito, que não contribuiu com um alfinete, tenta pateticamente mostrar como sua a barragem do João Leite, erguida no meu Governo, que irá garantir o abastecimento de água para Goiânia até o ano 2025,
no mínimo.
Iris desdenha da UEG porque não compreende o que é uma universidade pública que abriu oportunidade de formação universitária para milhares de goianos e elevou a quase 100% a qualificação universitária dos professores da nossa rede pública, em todo o Estado.
Talvez Iris se considere afrontado pela importância cada vez maior do CRER, construído com o dinheiro recuperado do Caso Caixego justamente no local onde os Governos do PMDB demoliram o Hospital
Adauto Botelho.
O que Iris defende é a volta do passado obscuro, de perseguição, de mazelas, de massacre dos adversários e de autoritarismo. Eu penso no futuro, no crescimento sustentável de Goiás, na ética na política, no zelo com a administração pública, no investimento em educação, segurança pública e saúde, na volta dos programas sociais que Iris ignora, no diálogo permanente com a juventude e todos os segmentos da sociedade.
No nosso Governo, tivemos o apoio da população e tudo o que fizemos foi resultado dessa parceria. Os avanços e conquistas não foram obra de um homem só, de um partido ou conjunto de partidos, mas resultado de um projeto coletivo de desenvolvimento – cujo propósito foi a inserção de Goiás como um Estado livre de escândalos e repleto de fatores positivos para a vida das famílias que aqui moram e trabalham.
Há poucos dias, em declarações aos jornais, Iris disse que eu poderia ter feito mais como governador. Poderia, sim. Eu, a minha equipe, os trabalhadores, os empresários, os funcionários públicos, as mães do Renda Cidadã, os estudantes do Salário Escola e da Bolsa Universitária, de mãos dadas, todos nós goianos fizemos muito, mas sempre é possível fazer mais, assim como Henrique Santillo poderia ter feito mais quando esteve no Governo, se Iris não tivesse usado a sua força política para bloquear todos os pleitos de Goiás junto ao governo federal e às instituições financeiras internacionais da época, apenas porque ele, Santillo, foi declarado seu desafeto político. É assim que Iris, sozinho, faz mais por Goiás.
Lamento a opção de todo e qualquer político pela agressão gratuita e pelo ataque pessoal. E me comprometo mais uma vez a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ficar longe dessa discussão – que não é produtiva e pouco acrescenta para o povo
de Goiás.
O que eu quero, neste importante ano de 2010, de tão grandes expectativas para a nossa gente, é o mesmo que, tenho certeza, querem todos os goianos: seguir em frente, com as mãos limpas, sem ódio, trabalhando duro e com as esperanças renovadas no sucesso da construção de um Estado, de verdade, melhor
para todos.
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