sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Bancários em alerta

Com a fusão dos bancos Itaú e Unibanco, que em Mato Grosso empregam 300 trabalhadores, a categoria teme pelas demissões

Geraldo Tavares/DC

Em Mato Grosso, o grupo Itaú/Unibanco emprega cerca de 300 trabalhadores, num total de 29 agências

MARCONDES MACIEL
Bancários de Mato Grosso decidiram manter a mobilização e ficar em estado de alerta diante da possibilidade de demissões de trabalhadores como conseqüência da fusão dos bancos Itaú e Unibanco. “Continuamos mobilizados, apesar da conversa da direção dos bancos de que não vão acontecer demissões”, disse ontem o presidente do Sindicato dos Bancários, Arilson da Silva. Em Mato Grosso, o grupo Itaú/Unibanco emprega cerca de 300 trabalhadores, num total de 29 agências.
Uma das soluções, na opinião de Arilson, seria criar um centro de realocação para absorver as atividades daqueles que passariam a exercer funções em cargos de sobreposição. Outra saída seria criar um sistema de “pré-aposentadoria”, com vantagens para os trabalhadores que estão em vias de se aposentar.
Segundo ele, ainda existem dois bancos, que em breve se tornarão uma única marca. “Enquanto isso não acontece, a nossa preocupação é com a manutenção das agências, postos de atendimento e empregos”. A maior preocupação dos trabalhadores é em relação às agências localizadas próximas entre si. “A verdade é que existe um forte sentimento de insegurança com a manutenção dos empregos”. Os bancários devem voltar a se reunião com a direção dos bancos ainda este mês.
PARECER - A fusão do Itaú e Unibanco recebeu parecer favorável das secretarias de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, e de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, dois órgãos do sistema de defesa da concorrência. Apesar de a operação ter criado a maior instituição privada do País, a avaliação dos dois órgãos é de que a operação não traz prejuízos à concorrência, razão pela qual recomenda-se sua aprovação sem restrição.
Apesar do apoio da Seae e da SDE à operação, caberá ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que julga os processos de fusão e aquisição, a palavra final sobre o negócio. A fusão dos dois bancos foi anunciada em novembro de 2008 e também já foi aprovada pelo Banco Central, no início deste mês de janeiro.
No parecer da Seae, acompanhado pela SDE, a maior preocupação demonstrada foi com o impacto da operação no segmento de seguros Isto porque em três ramos - seguro patrimonial, de cascos e de responsabilidade - a fusão gerou participações de mercado superiores a 20% (na verdade quase de 40%), nível acima do qual os órgãos de defesa da concorrência consideram que empresas podem exercer poder de mercado em prejuízo dos consumidores.
Apesar disso, o entendimento da Seae e da SDE foi de que os três segmentos de seguro em que houve maior concentração de mercado têm pouca participação no total do setor.
MAIOR GRUPO - O Itaú e o Unibanco empregam atualmente mais de 100 mil pessoas. A fusão entre as operações financeiras de ambas as instituições resulta no maior banco privado do país e no maior grupo financeiro do Hemisfério Sul, situado entre os 20 maiores do mundo.
Conforme as duas instituições, o total de ativos combinado é de mais de R$ 575 bilhões - contra R$ 403,5 bilhões do Banco do Brasil, e R$ 348,4 bilhões do Bradesco, segundo dados de junho do Banco Central.
As ações ordinárias do Unibanco e da Unibanco Holdings serão substituídas por ações ordinárias da Itaú Unibanco Holding. Cada 1,1797 ação das duas empresas virará 1 ação da Itaú Unibanco Holding. Já cada 1,7391 ação Unit do Unibanco passará a valer 1 ação preferencial. Por sua vez, cada 3,4782 ações preferenciais do Unibanco e da Unibanco Holdings valerão 1 preferencial da nova empresa.

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