Criticado até mesmo por um dos ministros do atual governo, por criar uma insegurança jurídica, o decreto do presidente da República sobre direitos humanos parece ser um ardiloso ensaio totalitário, pois contém, embutidas, intenções graves que afrontam a democracia e as liberdades.
Se já não bastasse o constrangimento da liberdade de imprensa, o conteúdo do decreto atropela a Constituição e o sistema jurídico e, por desdobramento, o estado de direito. A sociedade tem de reagir, sob pena de estar indiferente à causa de defesa da democracia.
Outros exemplos de tendência totalitária dados por setores do governo mostram a existência de uma já quase escalada na direção de objetivos sombrios, como os projetos do Conselho de Jornalismo, a reação à exigência do diploma para o exercício profissional e o desrespeito a princípios éticos.
Iniciativas oficiais que contêm evidente retorno a práticas anacrônicas superadas, na contramão do processo de modernização do País, precisam ser refutadas pela sociedade com um sonoro não.
O Brasil já atravessou os terríveis obstáculos para a retomada do estado de direito e para a reconquista das liberdades. Não pode, portanto, aceitar esse ensaio totalitário nem se conformar com o retrocesso.
Sempre são os maus conselheiros dos reis que cavam a insensatez responsável pelos atalhos que levam ao pior. São maus conselheiros que também estão por trás dessa armadilha.
Jornal O Popular
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