RENÊ DIÓZ
Da Reportagem
Apesar de concordar com o piso de R$ 1,6 mil oferecido pela prefeitura ontem, durante reunião mediada pelo Tribunal de Justiça, os médicos da rede pública de Cuiabá decidiram em assembleia que não voltam a trabalhar, por enquanto. A imposição se deu porque a categoria não aceitou o percentual de recomposição salarial proposto pela prefeitura, de 6% a cada três anos. Eles querem 10%.
O assunto, esperam os médicos, deve ser debatido hoje em nova reunião com a desembargadora Clarice Claudino da Silva, às 9 horas. Porém, o encontro não estaria marcado, como lembrou o procurador-geral do município, Ussiel Tavares, e representantes da prefeitura nem devem comparecer ao evento. O motivo é o fato de que o quesito sobre o qual não houve avanço nas negociações poderia, para a prefeitura, ser debatido pelo grupo de trabalho formado entre a administração e a categoria para definir o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) único aos profissionais.
Ontem, prefeitura e médicos assinaram perante a desembargadora Clarice um termo de audiência contendo as propostas que foram levadas à assembleia dos profissionais à noite. Foram três horas de discussão para que fossem formalizadas as propostas, que abrangem desde os vencimentos da categoria até as condições de trabalho.
No documento assinado e levado à assembleia, a prefeitura se comprometeu a elevar o piso salarial dos médicos concursados em 88%, saindo de R$ 847 para R$ 1.600, a partir de fevereiro. Desta forma, contando os adicionais de insalubridade, por período noturno, por finais de semana e os prêmios, um médico do Pronto-Socorro de Cuiabá (PSC) deverá passar a receber um total de aproximadamente R$ 4.200 já no ano que vem, por dois plantões de 12 horas cada. Além disso, o salário-base deve chegar aos R$ 3.000 em três anos, de acordo com o escalonamento proposto pela administração municipal.
Já para os contratados, que somam cerca de 350 na rede pública municipal, o piso saiu de R$ 600 para R$ 1.000, um aumento de 66%. Até 2014, eles devem passar a ganhar R$ 2.000 como salário-base. Em relação aos contratados, aliás, a prefeitura anunciou a realização anual de concursos públicos a fim de que, em quatro anos, todo o quadro de médicos contratados tenha sido substituído por um quadro de funcionários efetivos.
Durante a assembleia, o prefeito Wilson Santos assegurou aos médicos que as mudanças salariais e o PCCV exclusivo da categoria – e que ainda será discutido por um grupo de trabalho – serão enviados à Câmara Municipal para que os vereadores, especialmente a bancada governista, aprovem em regime de urgência, em uma semana.
Ponto cobrado pelos médicos como essencial para o fim do movimento paredista, a prefeitura também se comprometeu a se manifestar em breve a respeito das condições de trabalho dentro do PSC, onde recentemente o Conselho Regional de Medicina realizou vistoria que detectou 121 pontos de irregularidades. Além disso, a parte hospitalar da unidade, que serve de retaguarda para pacientes no pós-operatório, será reformada seis meses após o fim das obras de reforma no PSC.Diário de Cuiabá
Selzy Quinta
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Médicos aceitam piso, mas mantêm ‘motim’ Categoria aceitou R$ 1,6 mil propostos pelo município, mas discorda do percentual de aumento a cada três anos. Ao invés de 6%, quer 10%
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