Por Thiago Rosa/ Portal IMPRENSA
A política cidade de Cuiabá (MT) vive um momento tumultuado - com cassação de mandatos de vereador, inclusive - que culminou em um episódio envolvendo um jornalista local e o assessor do presidente da Câmara de Vereadores da cidade.
O jornalista Bruno Garcia, do site matogrossense MídiaNews, pretende entrar com representação criminal contra o advogado Sebastião Ney da Silva Provenzano, assessor de Deucimar Silva (PP). Garcia disse ter sido ameaçado pelo profissional enquanto cobria sessão na Câmara municipal que cassou o mandato de do vereador Lutero Ponce, sob acusação de desviar erca de R$ 7,5 milhão dos cofres do Legislativo de Campo Grande, capital do estado, ocorrida na última segunda-feira (16).
Segundo o jornalista, no momento em que acompanhava a sessão, o assessor de Deucimar Silva o teria abordado de forma intimidatória. Acompanhado de um segurança, Sebastião Ney teria questionado recentes reportagens do veículo, fazendo ameaças ao jornalista.
"Eu não sou político, não sou o Deucimar. Comigo eu resolvo na porrada", teria dito o assessor. De acordo com o jornalista, vários profissionais de imprensa que trabalhavam no local presenciaram o incidente. "Eu pensei que fosse apanhar ali. O lugar em que eu estava sentado era apertado".
Garcia afirmou que as ameaças só teriam cessado após Ney ter pedido ao segurança que deixasse o local. Após o incidente e aconselhado por amigos e testemunhas do fato, o jornalista se dirigiu à Delegacia central do município e registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.)contra Ney por ameaça.
Segundo Garcia, o incidente teria como motivação recentes reportagens publicadas pelo veículo, que apontam supostas irregularidades na gestão de Deucimar à frente da Câmara. As publicações da imprensa local teriam servido como base à abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o vereador.
"O direito de imprensa foi totalmente impedido de ser realizado. As denúncias foram comprovadas. Nós trabalhamos com certeza. Eles (políticos) não aceitam esse tipo de imprensa aqui", disse Garcia.
Outro lado
A versão dada por Sebastião Ney da Silva Provenzano difere da apresentada por Garcia. Ele afirma ter também registrado um BO contra Garcia na última segunda (16) e já ter entrado com uma representação criminal contra o jornalista, alegando difamação, nesta terça-feira (17).
De acordo com ele, chateado por ter sido chamado de "raposa" em uma matéria assinada por Bruno Garcia, e publicada no último sábado (14), ele falou ao jornalista quando foi ao local reservado para a imprensa na Câmara, como faz em todas as sessões. "Fui ao local como vou em todas as sessões ver o lugar de trabalho dos jornalista como sempre faço. Não o ameacei. Apenas pedi para que ele não me colocasse nessa briga política já que eu não sou político".
Sebastião Ney disse que tem testemunhas de que não foi agressivo e que vários jornalistas assinaram uma lista que atestava sua idoneidade. "Atendo todo mundo bem, sou uma pessoa cristã. Mas usar fotos e expor as pessoas não é correto. Tudo tem limite. Só queria que ele me respeitasse", finalizou.
Selzy Quinta
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