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Agência Senado
Senador Goellner contratou serviços da Consultoria com sede em Brasília
A verba indenizatória dos senadores tem sido usada para contratar consultorias de amigos e aliados - embora o Senado tenha 170 consultores legislativos em seu quadro -, fazer propaganda em rádios e jornais regionais na véspera de um ano eleitoral, além de ter virado um vale-refeição de luxo. A denúncia é do jornal O Estado de S. Paulo. Cada senador recebe um salário de R$ 16,5 mil, mas ganha uma verba extra de R$ 15 mil por mês para alugar escritório político, bancar compras de material, consultorias, viagens e alimentação, desde que essas despesas tenham relação com o mandato.
Segundo o jornal, não há nenhuma fiscalização sobre o conteúdo das notas fiscais apresentadas pelos parlamentares. Vale o documento que o senador entrega, sem necessidade de justificativa. Em junho, depois de muita pressão, o Senado passou a divulgar o nome das empresas que receberam, desde abril, esses recursos da verba indenizatória, incluindo os valores. O passado, por enquanto, continua sob segredo.
Ainda de acordo com o Estado de S. Paulo, a relação de restaurantes frequentados pelos senadores nos últimos cinco meses, com dinheiro do Congresso, revela um guia gastronômico. Destacam-se, principalmente, as refeições que variam de R$ 500 a R$ 2,2 mil.
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) é um dos campeões no uso da verba indenizatória extra em rádios e jornais regionais, denuncia o Estado. Foram R$ 40 mil nos últimos meses. Somente em agosto ele desembolsou R$ 14 mil dos cofres do Senado, distribuídos em, pelo menos, dez rádios de Rondônia. Seu colega de estado Expedito Júnior (PR) não fica longe - gastou R$ 30 mil desde abril em órgãos de comunicação.
Quando o assunto é "consultoria", descobre-se que funcionários da Câmara são contratados pelo Senado e aliados de senadores recebem por serviços prestados à Casa. O senador Adelmir Santana (DEM-DF), por exemplo, pagou R$ 12 mil, em maio, à Guimarães Baião Consultores Associados. A empresa pertence a Carlos Augusto Guimarães Baião. Ele é diretor do instituto de pesquisa da Federação do Comércio (Fecomércio) de Brasília. A federação é presidida pelo próprio senador.
O senador Gilberto Goellner (DEM-MT) contratou os serviços da Consultoria Empresarial R&N, com sede em Brasília. A empresa pertence a um funcionário de confiança da Câmara, Nelson Vieira Fraga Filho. Ele é lotado na Comissão de Agricultura da Casa.
Além de "quentinhas" para os assessores, o senador Fernando Collor (PTB-AL) usa a verba indenizatória em restaurantes como o Porcão, em Brasília - onde o rodízio da churrascaria custa R$ 72 por pessoa. Uma das notas do Porcão, apresentada por Collor, é de R$ 841.
Durante o recesso parlamentar de julho, o senador usou R$ 518 da verba em visita à churrascaria Fogo de Chão, cujo preço por pessoa - sem bebida e sobremesa - é de R$ 79. Pelo mesmo restaurante passou o tucano Eduardo Azeredo (MG), mas na unidade de Belo Horizonte. Gastou R$ 763,60.
O presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), gastou R$ 600 no restaurante Lake?s. Ex-primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB), assim como Collor, também passou pelo Porcão, onde deixou R$ 560 pagos pela verba indenizatória do Senado. Esteve também no tradicional ponto político Piantella, famoso pelos vinhos e receitas clássicas, onde pagou uma conta de R$ 596.
No dia 30 de julho, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), gastou R$ 1,4 mil da verba indenizatória na churrascaria Park Grill, na zona leste de São Paulo. Candidato em 2010, ele bancou toda a conta de um encontro com delegados do PTB do bairro paulistano. Já Valter Pereira (PMDB-MS) apresentou uma nota do Buffet Campo Grande, referente a junho, no valor de R$ 2,2 mil.
Quando visitam São Paulo, alguns senadores costumam aproveitar essa verba para ir ao Parigi, do grupo Fasano, na movimentada Rua Amauri, no Itaim Bibi. Os pratos costumam custar mais de R$ 100. O senador baiano ACM Júnior (DEM-BA) esteve no local em maio e desembolsou R$ 247 da ajuda extra do Senado. Seu colega Adelmir Santana consumiu mais do que o dobro no mesmo restaurante, R$ 546, e o Senado também bancou essa conta. Adelmir, que mora em Brasília, gastou R$ 420 numa noite no Piantella. No Trapiche Adelaide, ambiente da alta gastronomia baiana - com pratos acima de R$ 70 -, ACM Júnior pagou uma conta de R$ 704 com o dinheiro do Senado.
Comentários:
Raquel - 06/09/2009 07:58:00
Enquanto esses bandos de safados gastam em prato esse valor muitos pais de familia ganham isso em um mes...E ainda em trabalho verdaderamente pesados...E esses bandos de vagabundos comendo bem com o dinheiro do povo e o povo passando fome...Eita Brasil.
Selzy Quinta
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