quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Filho de Juiz escapa da "sala de tortura" do Shopping Goiabeiras

 FILHO DE JUIZ 1

Por: José Ribamar Trindade
No passado, como hoje, escritório de segurança do Shopping Goiabeiras funciona como “sala de tortura” há muitos anos. Centenas de pessoas, entre elas o filho de um juiz já passaram por lá. Hoje com 28 anos, advogado militante, o filho do magistrado que só pediu para não ser identificado, conta que escapou das torturas quando tinha apenas 13 anos.

Dentro do shopping, perto de uma turma de jovens, todos de classe média e classe média alta, o filho do juiz conta que começou uma confusão entre eles, mas nada de grave, apenas palavras mais altas do que o normal.

Logo surgiram três seguranças, que sem mais nem menos foram logo xingando e dando tapas nas costas e nas cabeças todos, empurrando-os como se fossem animais em direção ao segundo piso, onde funcionava ou funciona ainda hoje a famosa sala dos seguranças do Shopping Goiabeiras.

Desesperado, conta o hoje advogado, ele  conseguiu ligar de meu telefone celular para o do pai. “Como nós morávamos bem perto do shopping, não demorou muito e o meu pai chegou para me tirar das mãos dos seguranças.

Mais uma vítima das agressões dos atuais seguranças do Shopping Goiabeiras foi identificada esta semana pela delegada Ana Cristina Feldner, que, agora, tenta localizar o homem que seria um morador de rua. Com mais este caso, sobe para três o número de pessoas discriminadas e maltratadas dentro do local, onde Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz, 31, foi espancado e morto.
O outro caso de espancamento dentro do Goiabeiras ocorreu em novembro e foi descoberto na semana passada pela delegada. A vítima prestou depoimento e chorou durante toda a oitiva. Ele reconheceu pelo menos um dos agressores que vitimaram o vendedor ambulante. Como sequela, ele perdeu a mobilidade de um dedo, quebrado durante a sessão de tortura.

A terceira vítima foi apontada por uma das quatro testemunhas ouvidas ontem no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc-Oeste) do Verdão, no inquérito que apura a morte do vendedor ambulante. A delegada explicou que a situação foi mencionada por uma testemunha e o Boletim de Ocorrências (BO) foi encontrado.

Assim como nos outros 2 casos, os seguranças do Goiabeiras registraram queixa contra a vítima. O documento foi lavrado em abril deste ano e a acusação dos funcionários aponta que o morador de rua tentava furtar nas dependências do centro de compras.

24 Horas News

Selzy Quinta

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