Adriana Vasconcelos e Maria Lima - O Globo
BRASÍLIA - Na noite de ontem foi divulgado que o chefe do Serviço de Publicação do Boletim de Pessoal, Franklin Paes Landim, diz ter publicado parte dos 468 novos atos secretos, em 15 de junho passado, por determinação do então diretor de Recursos Humanos Ralph Siqueira. Esses atos deveriam ter sido editados nos Boletins Administrativos de dezembro de 1998 e janeiro de 99. A suspeita é que os dois sejam os responsáveis pela publicação dos demais atos para desmoralizar as investigações da 1ª Secretaria, conforme suspeitava Heráclito Fortes (DEM-PI), que determinou abertura de sindicância para apurar o caso.
Os novos atos teriam começado a ser publicados dois dias após a designação da comissão técnica que confirmou a existência de outros 663. Ralph sucedeu a João Carlos Zoghbi, que também foi indiciado nesse processo, na Diretoria de Recursos Humanos. Ele é ligado ao ex-diretor-geral Agaciel Maia, que teria comandado, com outros seis servidores, o esquema para ocultar atos administrativos, entre eles, Paes Landim.
Nova comissão de sindicância será criada para comprovar o envolvimento de Landim e Siqueira, agora lotado na Advocacia Geral do Senado, na operação que ocultou esses 468 atos secretos, todos editados na gestão do então senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), morto em junho de 2007.
Da lista divulgada nesta quarta, o ato 23, de 14 de agosto de 1998, não publicado, trata da reestruturação do Prodasen, com criação de órgãos como o Laboratório Vivo do Legislativo, e do Interlegis, hoje com várias subsecretarias e 37 funcionários. O Interlegis foi implantado com a construção de um moderno prédio. Outro ato criou a Secretaria de Telecomunicações (Setele), com 27 servidores efetivos e outros terceirizados. A criação da Setele resultou na construção de um edifício de três andares para abrigar a parte de telefonia do Senado. E a reestruturação no Prodasen, numa grande reforma no prédio.
- Não entendo como a reforma do Prodasen e a construção do prédio do Interlegis foram feitos por ato secreto. Se foram Agaciel e Zoghbi, serão responsabilizados. Se os funcionários se acham muito poderosos, então me tirem da 1 Secretaria, porque não vou conviver com isso - disse Heráclito.
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