quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Operação Bengala prende médicos da Previdência em Cuiabá e VG

24 Horas News

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, a Operação Bengala para cumprimento de 24 mandados judiciais expedidos pela 5ª Vara Federal em Cuiabá. São dois mandados de prisão temporária, oito mandados de busca e apreensão, três seqüestro de bens e 11 condução coercitiva. As duas pessoas com prisão decretada são cônjuges e dentre os locais com mandado de busca e apreensão há dois consultórios de médicos, assistentes e suas respectivas residências, bem como residência de uma servidora do INSS. Levantamento preliminar aponta 35 benefícios com indícios de irregularidades e prejuízo estimado de aproximadamente R$ 600 mil.

De acordo com a assessoria da PRF, os trabalhos iniciais de apuração foram motivados por denúncia anônima feita junto a Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários em Cuiabá. As investigações duraram cerca de 10 meses e revelaram a atuação de um esquema voltado para a obtenção fraudulenta de benefícios de auxílio-doença previdenciário e acidentário, aposentadoria por invalidez, amparo social a pessoa portadora de deficiência física, amparo social ao idoso.

O indício de fraude consiste no fornecimento de atestado/laudo médico por dois médicos assistentes e orientação das pessoas beneficiadas a simularem supostos problemas psicológicos e ortopédicos junto a perícia médica do INSS, bem como pessoas que nunca contribuíram ou que perderam a qualidade de segurado a contribuir no mínimo 12 meses para adquirir a qualidade de segurado e carência para o benefício de auxílio-doença ou readquirir mediante quatro contribuições (1/3 da carência do benefício) possivelmente já sendo portadora da doença. Membros do esquema criminoso acompanhavam as pessoas beneficiadas nos consultórios dos médicos assistentes e na perícia médica do INSS.

Para intermediação dos benefícios o beneficiário deveria pagar R$ 100,00 pela consulta e obtenção do atestado/laudo médico ideologicamente falso e 20% da renda do benefício mensalmente até que consiga aposentadoria ou cessação.

Os presos serão encaminhados para Penitenciária Central do Estado em Cuiabá e responderão criminalmente como incursos nos artigos 171 §3º (estelionato) e 288 (formação de quadrilha) ambos do Código Penal.

O nome da operação “Bengala” trata-se de uma alusão ao nome utilizado pelo despachante e agenciador “Mário da Bengala, que também é beneficiário da Previdência Social como deficiente físico utilizando-se de muletas para passar pela perícia médica, orientando as pessoas beneficiadas a utilizarem essa mesma simulação dentre outras.

Ao todo, 50 policiais estão envolvidos na operação. Com eles, mais seis funcionários da Previdência Social, segundo informou a assessoria da Polícia Federal.

Comentários:

Contribuinte indignado,Cuiabá - 20/08/2009 10:08:00

Aonde existe o tal do ser humano, também existe a maldita fraude. Basta ficar por uma ou duas horas no Posto de atendimento do INSS, próximo da PF de Várzea Grande, para ver como os agenciadores atuam. Os servidores do orgão, sinicamente dão prioridades no atendimento a esses pilantras.

Selzy Quinta

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