sexta-feira, 17 de julho de 2009

Opinião do Leitor - Exame da OAB: mais que necessário -

DM

Parece que quem reclama da prova da OAB desconhece a realidade das nossas universidades. Para que se veja a necessidade de um “pente-fino”, não só para os profissionais do direito, mas para muitas outras carreiras, bastava que os queixosos assistissem a algumas aulas nas diversas classes das nossas instituições de terceiro grau.Verão alunos folheando revistas de fofocas enquanto o professor se esmera para levar a matéria até a alguns poucos atentos; outros que, após responderem a chamada, que parece ser o que mais interessa, sempre têm o que fazer lá fora; outros que nem se dão ao trabalho de ir às aulas e um colega responde a chamada por eles; e por aí vai.
Óbvio que existem exceções. Como são aprovados? Bem, aí vem a necessidade do “pente fino” passado pela OAB. Afinal, não é ela que credencia nem fiscaliza as universidades, mas pela sua própria característica tem obrigação de zelar pelo bem-estar da sociedade. E, diga-se de passagem, nem assim se consegue drenar tudo o que é necessário. Não se esqueçam que um erro cometido por um advogado vai lesar alguém pelo resto da vida sem retorno, por que a Justiça trabalha com prazos e o tempo não volta. Tem que ser bem aproveitado. É óbvio que os jovens têm que ter oportunidade. Como professora, nunca houve uma que acreditasse mais neles do que eu. Mas é necessário que sejam bem preparados para que sirvam à medida que possam ser servidos e não que vejam na profissão apenas “o direito constitucional de trabalhar”. Se os queixosos reclamassem do teor das provas, aí, sim, talvez houvesse algum fundo de motivo no seu reclame. Sempre se pode usar de vários meios para se avaliar a capacidade de um profissional. Mas abolir o exame da OAB é pactuar com o caos que se instalou no ensino universitário brasileiro, onde o dinheiro da mensalidade é o que vale... e a capacidade profissional de seu aluno? Ora, isso não é problema da faculdade.
Aparecida Carvalho (via e-mail)

Selzy Quinta

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