Por: Carlos Alberto Leréia
Uma tragédia com a natureza. Esse é o cenário da ação devastadora de dragas no interior do principal rio do Centro-Oeste brasileiro, componente da terceira maior bacia hidrográfica, fora da Bacia do Amazonas, o Rio Araguaia. Uma triste paisagem que se vê em meio às riquezas oferecidas pela natureza. Na extensão do rio, destaco as dragas que estão situadas na Área de Preservação Ambiental (APA), do Vale do Encantado, em Baliza, na divisa com Mato Grosso (a 433 quilômetros de Goiânia). Um local que deveria ser resguardado com toda prudência já é usado para fins de estudos científicos.
A situação assustadora que polui a água e devasta a fauna. O impacto negativo sobre a natureza é imenso na região. A ação provoca excesso de turbidez da água, atinge a piracema e a desova de peixes, causando estresse na fauna aquática e favorecendo risco de poluição, isso tudo são consequências dos derivados do petróleo. Um prejuízo enorme para o rio, uma vez que o derramamento de óleo diesel atrapalha a procriação de espécies.
Quero registrar minha aversão com o funcionamento e a facilidade de se alojar essas dragas. O que mais chama a atenção é que no local existe uma placa na borda de cada draga informando que a extração de minérios possui autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Situação estranha por ser uma área que deveria ser poupada. Com todas essas ações negativas, protocolei na Câmara Federal um requerimento para que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, possa ir ao Congresso Nacional detalhar os dados sobre a autorização de garimpo no local.
Questiono e continuarei protestando sobre o funcionamento e o licenciamento dado para a permanência dessas dragas. Situação que está provocando erros irreparáveis para a fauna e a flora do Estado de Goiás.
Peço atitudes imediatas para esse desrespeito com um patrimônio do Estado de Goiás. Um rio do povo, que tem o pôr do sol, visto das margens do Rio Araguaia, uma das imagens mais belas. Em Aruanã, o rio possui o maior número de acampamentos no trecho que passa pelo Estado de Goiás. Há desde acampamentos montados por pequenas famílias a acampamentos comerciais frequentados por milhares de pessoas durante a temporada de praia, principalmente no mês de julho.
Destaco ainda que o governo federal, assim como o Ministério do Meio Ambiente, age de forma infeliz. O executivo lança olhares contra situações desnecessárias, entre elas a utilização do amianto. Algo que já foi comprovado cientificamente de que o seu uso correto e seguro estabelece risco zero à saúde humana, e esquece de problemas relevantes para o País, principalmente para o Estado de Goiás, como esse das dragas.
Quero que as denúncias e todas essas atividades possam contribuir para o poder de fiscalização no local. Traçar um plano de preservação da biodiversidade é dever de todos nós para a preservação da vida humana. Com isso, fico na luta para a vivência do Araguaia.
Carlos Alberto Leréia é deputado federal (PSDB-GO)
Selzy Quinta
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