quinta-feira, 18 de junho de 2009

Polícia soluciona caso de empresário assassinado em Chapada dos Guimarães

Vítima teria sido alvo de uma quadrilha especializada no roubo de caminhonetes.

Redação site TVCA com assessoria

  • Arquivo TVCA

A polícia conseguiu elucidar o caso do assassinato do empresário Raul Domingos Valle Monteiro (46), ocorrido em 1º de agosto do ano passado em Chapada dos Guimarães. De acordo com a polícia, Raul foi vítima de um roubo seguido de morte (latrocínio) praticado por uma quadrilha formada por cinco pessoas especializadas no roubo de caminhonetes. A princípio, a polícia cogitou a hipótese de um assassinato encomendado.

Raul Domingos foi rendido por bandidos na noite de 1º de agosto em Chapada. O corpo dele foi localizado, com marcas de tiros na cabeça, dentro da própria caminhonete próximo à Salgadeira. A Polícia acreditava que se tratava de um crime encomendado, pois no veículo Pajero encontraram um notebook e uma carteira contendo cartões de crédito. A vítima era proprietária do Instituto Mato-grossense de Pós-Graduação (Inp).

Investigação

O crime foi solucionado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil. Dez meses após a morte do empresário, a DHPP assumiu as investigações a pedido da Promotoria de Justiça da comarca de Chapada dos Guimarães. No inquérito, presidido pelo delegado titular da DHPP, Márcio Pieroni, foram identificados cinco envolvidos, dos quais quatro foram presos entre os dias 22 e 28 de maio passado, por mandados de prisão temporária (30 dias). Um dos presos responde o processo em liberdade por contribuir com as investigações.

Durante as investigações foram presos Lindomar Sobrinho, cuja ficha de antecedentes criminais constam quatro homicídios. O acusado, preso em 22 de maio, confessou a participação na execução da vítima, na companhia de Maikson Campos Oliveira (18), que era menor de idade à época do crime, e de Elton Marconi Monteiro Mayer, foragido da justiça com prisão temporária decretada. Este último é apontado como o executor dos disparos contra o empresário, alegando que o matou para não ser reconhecido.

Também estão presos João Venâncio Monteiro, agenciador de carros roubados, e Valdir Caldeira da Silva (41), tido como o chefe da quadrilha e a pessoa que teria encomendado o roubo do veículo. Valdir havia sido preso em janeiro deste ano pela Polícia Civil por furto, receptação e formação de quadrilha. No celular do acusado, a polícia descobriu uma mensagem de um desconhecido, informando-o sobre duas caminhonetes Hilux, supostamente roubadas e já escondidas, solicitando providências a serem tomadas.

Interrogatórios

Na tarde desta terça-feira, três dos presos foram ouvidos pelo promotor de Justiça Jaime Romaquelli, de Chapada dos Guimarães, que realizou uma nova acareação com os envolvidos para descobrir se o crime foi de mando. O Ministério Público ofereceu aos acusados o benefício da delação premiada, que não foi aceita. "A acareação foi pensada neste momento para dar mais uma oportunidade aos envolvidos", disse o promotor.

Conforme o promotor, foi acrescida mais informações no caso que apenas contribuíram para confirmar a linha de investigação da polícia. "Se percebe que houve um excesso de ação que caracteriza o latrocínio com resultado morte", destacou Romaquelli. O promotor disse ainda que os acusados serão denunciados pelos crimes cometidos. "Esse é o enquadramento que vai ser dado. O que aconteceu no processo é conhecido e se manterá", afirmou.

De acordo com o delegado Márcio Pieroni, um detalhe chamou a atenção. A polícia passou a levantar porque um adolescente, residente em Várzea Grande, teria sido ouvido pela Delegacia de Chapada dos Guimarães, que investigava o caso na época. "O que nos intrigava era saber o porquê desse menor ser investigado, sendo morador de Várzea Grande e sem qualquer vínculo com a vítima, aparentemente", disse.

Com a detenção provisória do menor, à época dos fatos, ele foi levado à Promotoria de Justiça de Chapada dos Guimarães e, em segredo de Justiça, contribuiu para a Polícia Civil desvendar uma quadrilha de roubo de caminhonetes. O adolescente foi, posteriormente colocado em liberdade, mas responderá pela participação no crime.

O roubo

Os bandidos planejaram roubar o veículo Pajero, da vítima, que foi levada de sua residência, amarrada e colocada dentro do porta-malas da caminhonete com as mãos para trás. Após disparem dois tiros em sua cabeça, a vítima foi abandonada na localidade conhecida como a "Toca da Loba". A quantia de R$ 3,5 mil da vítima foi levada pelos bandidos que supostamente se apavoraram e fugiram largando a caminhonete, jóias e um notebook dentro do veículo.

"Durante as acareações ficou bem definida a participação de todos os envolvidos citados neste crime, e mais, concretizando-se a formação de bando e quadrilha, além de comprovado seus íntimos laços de amizades e de ações criminosas em conjunto", reforçou o delegado Márcio Pieroni.

Pieroni informou ainda que vai solicitar a prorrogação da prisão temporária dos acusados para mais algumas diligências sejam realizadas e o caso concluído dentro do prazo de 30 dias. Conforme ele, os envolvidos serão indiciados por roubo seguido de morte (latrocínio), sequestro e formação de quadrilhas, cujas penas somadas ultrapassam 40 anos de prisão.

Selzy Quinta Marcas:

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