quinta-feira, 4 de junho de 2009

Conselho da Comunidade de Porto Alegre do Norte inaugura o projeto “Esperança Verde” com apoio do Judiciário

 

 

Com a presença de autoridades e representantes dos municípios de Canabrava do Norte e Confresa, cidades que compõem a Comarca de Porto Alegre do Norte, foi inaugurado o espaço destinado ao Projeto “Esperança Verde”. Trata-se de um terreno preparado para o plantio de hortaliças, situado na Avenida JK, muito próximo a Cadeia Pública de Porto Alegre do Norte.

Idealizado pela juíza da Comarca, Dra. Cristiane Padim, o Conselho da Comunidade entre outras ações busca ressocializar os detentos, que progridem sua pena para o regime semi-aberto, através do trabalho comunitário. Nesta entidade participam representantes de toda sociedade do município, unidos buscam transpor obstáculos como a arrecadação de recurso para a manutenção da atividade, como adubos, sementes, ferramentas e até mesmo dinheiro.

Outra função deste Conselho, mais difícil até que arrecadar recursos, é quebrar o preconceito contra os homens e mulheres que cumprem a parte final de sua pena e por isso ganham o direito de voltar a trabalhar e se integrar ao meio social. “Aqueles que estão nesta situação já estão pagando por seus erros e tem o direito de voltar a conviver com a sociedade”, disse a promotora Alessandra Godoi durante o evento.

Terezinha Alves Leão “A comunidade já está ajudando direta ou indiretamente, além das doações as pessoas tem comprado os materiais produzidos pelos presos, com isso há uma motivação pelo trabalho”. De maneira geral a sociedade aceita sim o trabalho de reintegrar os presos.

O presídio feminino produz muita coisa, mas há ainda uma necessidade de ensinar aquelas mulheres outras atividades”, comenta Terezinha. A presidente diz que as presas estão aguardando aulas de alguém que saiba costurar profissionalmente para que elas evoluam em suas atividades e possam aprender um oficio. Por incrível que pareça esta é uma solicitação das próprias presas.

O trabalho durante a prisão colabora com a diminuição da pena, “Para cada três dias trabalhados, o preso tem um dia deduzido da sua pena. Isso também motiva o detento estar presente nas atividades diariamente”, afirma a Juíza.

“Infelizmente hoje não temos nenhum preso sendo contemplado com o trabalho do Esperança Verde, mas isso não é um desestimulo para nós ou para o Ministério Publico e Defensoria pública, ao contrario, só fortalece nossa luta para mudar a mentalidade de todo os sistema carcerário. Nas últimas semanas tivemos 5 ou 6 detentos progredindo para o semi-aberto, mas infelizmente alguns acabaram não atingindo as condições e outros tiveram a regressão do regime penal, voltando para o regime fechado e por tanto transferidos para Água Boa, uma vez que a Cadeia está interditada”, explicou Cristiane Padim

Ainda na visão da Magistrada, essa falta de presos no projeto não impedirá que outros presos acessem o programa, ou até mesmo seja dada uma segunda chance aqueles que por algum motivo perderam esta oportunidade.

De todo modo, a situação do projeto deve melhorar quando as prefeituras e as câmaras municipais enconragem uma forma legal para colaborar financeiramente com o projeto.

 

Fonte:  Luciano Silveira

Selzy Quinta

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